A intensificação da atividade leiteira trouxe consigo a produção de grandes quantidades de dejetos que, pela falta de tratamento e manejo adequado, se tornam uma fonte poluidora dos mananciais hídricos, solo e atmosfera. Os prejuízos ambientais são incalculáveis e estão cada vez mais em destaque na mídia. Esse não é apenas um problema ambiental, mas também social uma vez que pode trazer riscos à saúde humana, ocasionar a proliferação de insetos e outros agentes vetores de doenças.
Os resíduos básicos dos estábulos e currais (fezes, urina e água), quando manejados e reciclados adequadamente no solo deixam de ser poluentes e passam a constituir valiosos insumos para a produção agrícola sustentável. Na atividade leiteira, quando os animais são mantidos em sistemas de semi ou confinamento total é preciso planejar os melhores métodos de tratamento e aproveitamento desses dejetos. Nesse sentido, várias alternativas têm sido desenvolvidas e testadas para amenizar seus efeitos sobre o meio ambiente.
O uso de esterqueiras para armazenagem de dejetos de bovinos é uma alternativa de baixo custo e tem como objetivo impedir que os dejetos lixiviem pelo solo e sejam levados para os cursos d’água subterrâneos e/ou superficiais. A esterqueira permite a fermentação do dejeto, o que diminui o seu poder poluidor e possibilita o seu aproveitamento como fertilizante em lavouras e pastagens. Outra grande vantagem desse processo é que durante a fase de curtimento, a elevada temperatura proveniente da fermentação de bactérias destrói a maioria das sementes de ervas daninhas e microrganismos causadores de doenças. Há vários modelos de esterqueiras para os dejetos de bovinos, que variam de acordo com a forma de utilização – líquidos ou sólidos. Qualquer que seja o modelo, o local para a construção deve ficar afastado no mínimo 50 metros do estábulo e 200 metros das residências para evitar transtornos causados pela proliferação de moscas e mau cheiro.
Conteúdo adaptado.
Por Juliane Morais.